Crianças, assim como qualquer pessoa, podem passar por situações onde seja indicada a psicoterapia. Entretanto, o assunto ainda está envolto em muitas crenças erradas, por conta do senso comum da sociedade, tornando-o um tabu.

Hoje falaremos um pouco mais sobre esse assunto, para esclarecer as dúvidas e desconstruir os mitos que o cercam.

Quando devo optar pela psicoterapia infantil?

Quando a criança manifesta alguns desses sintomas, é indicado que se procure a psicoterapia infantil:

  • Dificuldade durante o sono;
  • Manifestação de fobias, sem motivo;
  • Atitudes violentas e intempestivas, como quebrar objetos;
  • Brigas na escola e em casa;
  • Distúrbios alimentares, podendo se alimentar de mais ou de menos;
  • Baixo rendimento escolar;
  • Dificuldade ou incapacidade em se manter uma conversa até o fim;
  • Irritação ou choro com muita facilidade;
  • Por vezes não presta atenção nas pessoas à sua volta ou no que elas estão dizendo.

Quando estes sintomas se manifestarem, é o momento de procurar um psicoterapeuta infantil.

Este, junto aos familiares presentes no convívio da criança, como pais, avós ou tios são de suma importância, no processo de psicoterapia. Também devem-se obter outras informações, através da escola, pelo professor, coordenador pedagógico e funcionários, a fim de compreender o contexto a volta da criança.

Como funciona a psicoterapia infantil?

Dentro das sessões com a criança, o psicoterapeuta pode utilizar diversos recursos, que o auxiliem no desenvolvimento da criança e a construção de relacionamento da maneira mais saudável, positiva e tranquila.

Dentre os mais utilizados, estão desenhos, pinturas, jogos, brinquedos, e fantoches, entre tantos outros disponíveis.

Através desses instrumentos, é possível a criação de um espaço de confiança, para que a criança seja capaz de demonstrar seus sentimentos sem ser julgada, e, assim, compreender o que a está levando a se comportar de determinada maneira.

Também, seus familiares podem ser uma fonte de informação sobre o que ocorre com a criança. Estas informações trabalharão, ajudando tanto o psicoterapeuta quanto a criança na formação do vínculo entre eles.

A formação desse vínculo é importante para que seja possível, à criança, se expressar de maneira saudável, sem angústias e medos e, também, a construção do empoderamento frente a novas situações, como enfrentar a separação dos pais, uma nova rotina, conhecer como é o mundo em que vive.

Qual é o papel dos pais durante o curso da psicoterapia infantil?

Todo esse processo só possível se os pais e familiares estiverem dispostos a, também, tomar parte dele, dando esclarecimentos ao psicoterapeuta e sendo orientados, quando necessário. Isto pois a criança verbaliza, através de seus comportamentos, as situações que vivem em casa ou na escola.

Essa participação dos familiares além de importante para a obtenção de informação, também demonstra a preocupação destes e a disposição de estarem ativos no processo, pois participam, assiduamente, do processo.

Após os pais entenderem que são parte dessa construção e desenvolvimento da criança, o desenvolvimento desta se torna facilitado. Entretanto, como todo processo, por vezes, alguns familiares não entendem a importância de estarem presentes.

Isso acaba dificultando a evolução da criança, trazendo poucos e difíceis resultados em sua evolução. Isso se dá por conta de os pais acharem que o psicoterapeuta irá consertar a criança. Isso gera um círculo vicioso, fazendo com que a criança não consiga uma evolução e desenvolvimento no processo.

Precisamos nos lembrar que a psicoterapia não conserta ninguém; e que todos são partes fundamentais no processo, sendo este somente possível com a colaboração de todos os envolvidos.

A presença e apoio destes proporciona à criança diversos benefícios, fazendo-a entender seu lugar na família e no mundo em que está inserido, podendo experimentar vários sentimentos de forma saudável, se desenvolver e ser feliz da maneira que vive percebe o mundo ao seu redor.

Conteúdo oferecido por Graziele Melo – Psicóloga SBC