Muitas pessoas acreditam que para empreender é necessário nascer com algum tipo de talento especial, como se essa capacidade fosse um dom.

Na verdade, empreender é como um estilo de vida, um conjunto de comportamentos e habilidades que podem ser desenvolvidos e aplicados não apenas para abrir empresas ou criar negócios, mas também para aprimorar a atuação em qualquer profissão. Pensando nisso, faz todo sentido incluir o empreendedorismo no sistema de educação formal.

Confira, a seguir, porque a educação empreendedora deve ser incluída nas escolas e quais as vantagens os estudantes podem obter tanto na escolha quanto no desenvolvimento da sua profissão.

A importância do empreendedorismo na educação

QUAL É A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO NA EDUCAÇÃO?

A missão da escola, além de preparar os estudantes para o mercado de trabalho, é formar cidadãos críticos e conscientes, que possam contribuir como agentes de mudança na sociedade.

O sistema atual de educação tem um foco na passagem de conteúdo para os alunos e na medição do quanto esse conteúdo foi assimilado.

Do ponto de vista da qualificação técnica, necessária para a obtenção de um bom emprego, essa abordagem está correta. Por outro lado, ela não desenvolve um conjunto de habilidades que tornariam o aluno apto a viver em uma sociedade cada vez mais rápida e digital.

Para piorar a situação, ao chegar ao mercado, esse aluno descobre que essas habilidades serão cobradas dele, tais como adaptação a mudanças, autoconfiança, trabalho em equipe, planejamento, criatividade, além de várias outras que irão depender da profissão escolhida.

Estas mesmas habilidades também são essenciais aos empreendedores, que precisam desenvolvê-las “na marra” ao abrir uma empresa.

A proposta da educação empreendedora é incluir atitudes e disciplinas no currículo escolar visando desenvolver essas habilidades. Assim, quando chegarem ao mercado, os estudantes poderão aplicar esse conhecimento não só como empreendedores, mas também como executivos, autônomos, empregados ou servidores públicos.

Dessa forma, eles serão profissionais preparados para conviver no ambiente atual de constante transformação devido às novas tecnologias. Essa é a importância do empreendedorismo na educação.

COMO IMPLANTAR O EMPREENDEDORISMO DENTRO DA SALA DE AULA?

A implantação do empreendedorismo no currículo escolar depende de a escola deixar antigos paradigmas de lado e adotar uma nova forma de educar, mais alinhada com um mundo em constante transformação e onde a tecnologia tem um papel cada vez mais fundamental no dia a dia.

Nessa nova realidade, a escola deve se conscientizar da importância do empreendedorismo na formação dos alunos, adotando a inovação e novas tecnologias nas metodologias de aprendizado.

O primeiro passo seria incluir uma disciplina de empreendedorismo na grade curricular.

O conteúdo desta disciplina deve ser pensado para estimular a ideia de transformar a realidade, por meio de proposta de soluções para problemas práticos.

As aulas precisam ser estimulantes, com atividades que desenvolvam a criatividade, a colaboração e o pensamento crítico dos alunos.

Neste contexto, é essencial a utilização de metodologias inovadoras que trabalham a resolução de problemas com abordagens participativas.

O professor deve estar apto a trabalhar a interdisciplinaridade e as tecnologias mais modernas em suas aulas, criando um ambiente colaborativo.

Além disso, cada professor deverá participar contextualizando o empreendedorismo em suas aulas, da maneira que for mais adequada às suas matérias. Só assim será criado um ambiente de imersão que estimule o potencial criativo dos alunos, propiciando o desenvolvimento de habilidades empreendedoras, como a capacidade de enxergar oportunidades, propor soluções, pro atividade e confiança, entre outras já citadas.

QUAIS METODOLOGIAS PODEM SER APLICADAS NA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA?

O desenvolvimento de uma educação empreendedora requer a utilização de novas estratégias de ensino que ensinem os alunos a filtrar as informações mais importantes, solucionar problemas e administrar as próprias emoções e situações complexas.

Conheça alguns exemplos de novas metodologias de aprendizagem que podem ser utilizadas nas escolas para o desenvolvimento de habilidades empreendedoras:

DESIGN THINKING

Design Thinking é um processo focado na pessoa que é orientada pela solução dos problemas partindo de uma abordagem criativa, que busca enxergar as diferentes possibilidades.

O processo compreende cinco etapas, sempre colocando as pessoas no centro das decisões e envolvendo-as em todo o processo.

Os participantes realizam extensas pesquisas sobre os envolvidos no problema, elaboram e testam hipóteses, criam protótipos da solução escolhida e a implementam.

Cada problema requer uma abordagem que deve ser construída coletivamente, sem uma fórmula pronta.

A aplicação desta metodologia propicia o desenvolvimento de diversas habilidades, como empatia, criatividade, relacionamento interpessoal, análise de problemas, pensamento analítico e poder de decisão.

GAMIFICAÇÃO

Essa técnica consiste em usar a dinâmica dos jogos para estimular o aprendizado, prender a atenção dos alunos ou ensinar algum tema mais complexo.

A proposta é usar os elementos dos jogos, como competição, socialização, desafios e premiações, para engajar os alunos, trazendo-os para uma realidade da qual já estão familiarizados.

O potencial da gamificação no ambiente escolar é imenso. Ao promover a participação do aluno para vencer as etapas dos jogos, ele vai desenvolvendo habilidades como trabalho em equipe, persistência, criatividade e resiliência.

APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS (PBL)

A PBL é uma metodologia que aposta no aprendizado por meio da solução de um problema ou de um desafio prático.

A partir dessa questão inicial, os alunos realizam um extenso processo de pesquisa, elaboração de hipóteses, busca por recursos e aplicação prática da informação até chegar a uma solução ou produto. Este processo estimula o desenvolvimento de várias habilidades, como trabalho em equipe, protagonismo e pensamento crítico.

APRENDIZAGEM INVERTIDA

Metodologia onde os alunos estudam os conteúdos curriculares em suas casas, por intermédio de plataformas EAD, e depois vão para a escola encontrar professores e colegas para tirar suas dúvidas e realizar atividades, projetos, pesquisas e experimentos.

Ou seja, o método inverte o sistema tradicional de ensino, onde a lição de casa é feita em sala e a aula é dada em casa.

A intenção é que o estudante tenha um papel ativo no seu processo de aprendizagem. Assim, a sala de aula presencial se transforma no espaço para testes, discussões e aplicações práticas do que foi estudado em casa.